quarta-feira, 18 de maio de 2011

Net de volta à vida: reflexões sobre a escrita digital


Meu net supostamente ressuscitou, algo da qual possuo sérias suspeitas. Mas o que interessa é que posso agora construir meus discursos digitais que possuem outra carga de expressão bem diferente do meu diárinho de caneta.
Aqui o Word toda hora me corrige com esse tracinho vermelho e verdinho que me deixa perturbada e corta o meu pensamento de uma maneira vergonhosa.
Também posso por aqui apagar as coisas com muito mais facilidade, basta apertar uma tecla e pronto, tudo está OK! No meu diário os erros são corrigidos apenas quando decido reler alguns relatos dos meus dias que já se foram por aí no tempo... os erros ficam lá explícitos pra quem quiser ver.  Uso um traço ou diferencio com um caneta de tinta de outra cor... esses erros mostram meu estado de espírito, minha escrita desesperada quando engulo letras e sílabas ou desanimada quando tudo está calmo, sem erros, com uma letra bonitinha...
Aqui no Word não tem letra da Thais. Tem as fontes que todo mundo usa. A necessidade que eu tenho de me expressar com correção e beleza vem de tudo isso. Tenho que colocar o meu eu aqui através da minha escrita unicamente, do que ela fala de legal... não tem letra – a minha é horrível mesmo – nem errinhos bacanas...
Poder errar é um máximo! O Word fica quebrando meu barato com essas explicações de gramática esquisitas... num sei do que ele está falando... estou eu aqui pensando em escrever, em expressar e tal....
A vantagem é escutar na Ozzetti enquanto escrevo, músicas sobre o Seu quintal e da Velha fiando... fiando assim como eu. O mundo gira, gira e eu aqui querendo expressar. Expressar aqui, neste não-lugar como diria Marc Augé...
No não-lugar ninguém expressa, pois não há quem possa sentir algo de alguém.  Toda essa tentativa de literatura virtual é bem curiosa. A arte do mundo virtual procura algo... um calor perdido em algum http://, uma energia bem diferente
Ser humano é uma busca...

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