quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Mário de Andrade desce aos infernos

Súbito a barba deixou de crescer. Telegramas
irropem. Telefones
retinem. Silêncio
em Lopes Chaves.


Mário de Andrade desce aos infernos
Carlos Drummond de Andrade

Um comentário:

  1. José Cançado registra, na biografia de Drummond, que o poeta havia escrito "A barba do cadáver cresce", apenas mudando esse verso para sua forma original, devido a uma observação de Manuel Bandeira de ordem fisiológica: A barba do cadáver não cresce...
    Esse lapso nos revela uma triste faceta da vida:a sua possibilidade de existência apenas em função da morte. Se a barba cresce há vida, mas uma vida que caminha em direção à morte. A barba que cresce indica os anos da velhice que nos conduzem ao glorioso fim: ao da barba que já não mais cresce...

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