terça-feira, 3 de março de 2015

Carta para mãe



Que hoje é um dia muito especial... Dia em que a pessoa que me gerou está completando meio século! Há 25 anos atrás ela topou o desafio de ser mãe mais uma vez e nasceu uma segunda menina. Já tão nova encarou os desafios da maternidade e a missão de educar, cuidar e amar pequenas criaturas, algo que ela fez divinamente bem. Empenhada no ofício de mãe, cuidou de mim e das minhas irmãs com todo carinho. Jamais deixou que o beijo de bom dia e de boa noite nos faltasse. Leu muitas histórias, cultivando em mim o gostinho inicial pela literatura. Jamais vou esquecer a estorinha da Margarida Friorenta, lembra mãe? Cantou muitas músicas, também fazendo nascer em mim o gosto por cantar, em especial na igreja. Sempre a ouvi entoar a canção de São Francisco, para melhorar nossos ânimos e fazer passar dores desagradáveis. A música, assim, virou sinônimo de amor e de entrega. Aprendi que apenas se deve cantar pra fazer alguém um pouco mais feliz.
Querida mãe, como você nos amou! Sempre prestativa, presente nos momentos difíceis. Me ensinou a serenidade, me ensinou a sapiência do calar e do escutar. Me ensinou a aceitar as pessoas como elas são e a olhar pra mim mesma e meus próprios erros. Incentivou minha curiosidade e meu amor pelos livros. Sonhou e ainda sonha com meu futuro, com a minha felicidade naquilo que desejo ser. Me acompanhou e ainda me acompanha nos momentos mais complicados e difíceis, sempre disponível pra me apoiar.
Está sempre disposta a ouvir minhas complicadas divagações filosóficas e a me dizer pra ter calma, pra respirar fundo, pra acreditar no Deus menino do amor, que a vida é severa demais pra eu ainda a complicar tanto e que escutar uma música, qualquer que seja, que vem de longe é o melhor remédio para as angústias do coração. Me ensinou a ver formas nas nuvens, nos espelhos e nas manchas das paredes. Me ensinou a amar as histórias de ficções, os relatos dos mais velhos, as grandes histórias da bíblia, as lendas familiares. Me ensinou a gostar das músicas de todos os tipos, simplesmente por que a música faz todas as pessoas felizes e a única coisa que importa é ser feliz porque os outros são felizes. Você me ensinou que quando os outros não são felizes jamais é possível ser nem um minuto que seja feliz. Você me tornou sensível ao mundo, me ajudou e ajuda a sair do meu eu muito introspectivo e egoísta. A levantar e aceitar meus grandes olhos postos no mundo. Essa é a lição de você que guardo em mim, esse intenso desafio que é olhar para o outro, perceber o outro e conseguir ser de fato humano, gente.
Mãe, pra qualquer lugar que eu vá eu carrego a sua marca em mim, pois você me marcou em todos os sentidos. Queria te dizer, Ozita Carvalho Fonseca, o quanto todos esses seus anos de vida dedicado, principalmente, a amar e cuidar de suas filhas foram, e ainda são, uma missão muito especial, sagrada, geraram frutos importantíssimos e deixou e deixa sua marca no mundo.
Num mundo onde as mulheres parecem perder a marca do feminino solidário para criar uma monstruosidade feminina do egoísmo, esquecendo que a maternidade é o grande ato de amor e partilha da mulher, do negar-se a si mesmo, para se dedicar exclusivamente ao outro, você soube de fato ser MÃE: presente sempre, em todos os sentidos, de corpo e alma, com a palavra certa, no momento certo.
Parabéns, mãe! Hoje é um marco da sua história de vida. Depois de enfrentar grandes desafios você chegou aqui como mãe, mulher, vencedora de tantas horas difíceis. Nós te amamos muito e temos muito orgulho da grande pessoa que você é!
Um beijo no coração.

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