domingo, 23 de agosto de 2009

O Amor na ficção


O Amor é uma temática corrente nas obras literárias. Não há quem já não tenha suspirado lendo uma bela história amor. No cinema atual a situação não difere muito, as narrativas românticas estão deveras em alta. O que muitos não sabem, porém, é que a lenda de Tristão e Isolda, mote de inspiração a toda uma geração da literatura ocidental, possui um desfecho trágico, bem diferente dos finais coloridos a que geralmente estamos acostumados, desde a invenção de Hollywood.
Tristão e Isolda é uma lenda atribuída aos povos celtas do norte da Europa. A narrativa teve, a princípio, caráter violento e sombrio, mas quando incorporada ao Ciclo arthuriano foi suavizada. Na versão consagrada, Tristão e Isolda tomam, sem saber, uma bebida do amor eterno e irrefutável, porém Isolda, a Loura, estava destinada a se casar com o Rei Marcos, tio do leal e valente Tristão.
O sofrimento dá origem às histórias amor; sem obstáculos não há a aventura romântica. Todavia, na contemporaneidade, a narrativa trágica ou o morrer de amor, típicos do ideal romântico do século XIX, sofrerão uma grande resistência de aceitação pela literatura de massa e pelo cinema popular, que valorizará predominantemente o final feliz.
Com o intuito de debater as facetas do amor na obra de ficção o Projeto de Extensão Letras no Cinema traz, em sua quarta edição, o filme brasileiro Romance, com direção e roteiro de Guel Arraes, produção de Paula Lavigne, estrelado por Wagner Moura e Letícia Sabatella em 2008. Letras no Cinema é um projeto de extensão de iniciativa da Universidade Estadual do Maranhão, Coordenado pela Professora Sílvia Furtado, Professora do Departamento de Letras. Na busca de democratizar o conhecimento literário e linguístico através da sétima arte, o projeto realiza sessões mensais com apresentação de filmes e debate dos mesmos com palestrantes convidados.
A película em tela conta a história de Pedro e Ana, dois atores apaixonados por teatro, que vivem um namoro cheio de atribulações e dúvidas; será possível um amor recíproco e feliz? No teatro e na televisão eles encenam a trágica história de Tristão e Isolda, mas têm dúvidas se o final feliz no amor deve acontecer ainda que seja na ficção.
Para Pedro, sem sofrimento não há romance nem história de amor. Ana quer acreditar no ...felizes para sempre na medida em que sofrer por amor é a eterna felicidade. O filme não apenas discute as angústias do amor contemporâneo como também o papel da arte nas sociedades de massa.
Romance será exibido no auditório da UNIVIMA, Rua Portugal, 221, Centro Histórico, dia 26 de agosto, quarta-feira, com a presença da profª Adriana Zierer do departamento de História da UEMA que fomentará o debate sobre o amor e suas reminiscências medievais a partir da lenda de Tristão e Isolda e do filme de Guel Arraes.
Texto publicado no jornal O Estado do Maranhão em 23 de agosto de 2009

Um comentário:

  1. Estou dando uma marocada aqui no seu blog :) Assisti ao filme, é muito legal, depois tenho um livro pra te emprestar da Marina Colassanti onde ela aborda vários temas acerca do amor, inclusive este do consumismo de finais felizes.
    Beijos!!
    Alanna

    ResponderExcluir

Para saber mais...

Pesquisa personalizada