
Resumo
· O que se entende por arte
A arte é frequentemente vista como uma atividade do ser humano na tentativa de se relacionar com o mundo e consigo mesmo. Luigi Pareyson considera a existência de três vias para a reflexão da estética: o fazer, o conhecer e o exprimir
· A Arte é construção
A arte é um fazer na qual o homem transforma a matéria fornecida pela natureza e pela cultura. Enquanto produção pressupõe trabalho intelectual e manual que visa um ideal estético (na grande maioria dos casos a beleza, a perfeição e a harmonia). Tal ideal foi por vezes vinculado à perseguição de uma técnica. Desde a Antiguidade formou-se uma tradição normativa. Os atuais estudos, porém, rompem com o paradigma normativista e buscam uma análise das obras artística por si mesmas, já que a liberdade artística faz com que se criem regras pertencentes à obra na qual se aprecia.
A técnica é necessária ao artista, mas este deve possuir uma força inventiva. A dialética entre espontaneidade e regra é condição indispensável ao valor artístico. O estilo pessoal de um autor é o resultado de uma técnica apreendida em sua formação e das ideologias que o formam. Portanto a liberdade criativa pressupõe um saber prévio
· A Arte é conhecimento
A arte possui uma tradição representativa. É o conceito de arte como mímesis. A relação da arte com o conhecimento e a realidade foi, por vezes, relacionada com a atividade representativa. Platão e Aristóteles iniciam essa reflexão teórica e introduzem o conceito de mímesis. Porém as atuais soluções conceituais negam à arte o caráter puramente representativo, logo a atividade mimética da arte não pode ser identificada como una; cada contexto histórico possui um mecanismo diferenciado de trazer a realidade/conhecimento para a obra artística. A tendência do homem a abstração e estilização é tão forte quanto suas necessidades de ideias e técnicas de realismo figurativo.
A obra de arte é composta através da “imaginação construtiva”( termo de Coleridge), ou seja, o artista, em sua produção atua no plano do conhecimento do mundo (a mímesis) e no plano da construção original de um novo mundo. Porém além de ver e pensar o artista deve sentir. A arte perpassa pela percepção de estruturas, mas não dispensa a reflexão e o calor das sensações. “O mundo se encontra dentro e fora do artista” (pág. 41). Aqui a relação entre sujeito e objeto é íntima o que a percepção científica não quer, pois esta busca o maior distanciamento possível entre o sujeito e o objeto na qual ele retém sua atenção.
O artista de uma época é influenciado nos seus modos de compor pelo período cultural em que vive, por isso a arte é conhecimento. Através dela se re-apresenta a realidade de uma maneira pensada, refletida e inovadora.
· A arte é expressão
A expressão de uma obra artística ocorre da relação de um signo (conjunto destes presente na obra) e uma fonte de energia na qual ele veicula. Tal relação pode ser uma efusão emocional, uma relação simbólica ou alegórica. Na efusão o sentimento interno está próximo ao que foi externado (um exemplo é o choro de uma pessoa por alguém que morreu). No simbolismo e na alegoria haverá um distanciamento desses sentidos em diferentes graus e a necessidade de interpretar surge justamente desse distanciamento entre o fenômeno simbólico e/ou alegórico e as suas raízes emotivas (um exemplo seria um ritual fúnebre de uma religião qualquer). A expressão artística e seu significado formam-se em um processo de mútuas atrações e os graus de transparência dessas relações são diversos. “Raro é um fenômeno evidente por si mesmo” (pág. 54)
A expressão é justamente a materialização do pathos do artista. É o movimento entre as forças e as formas na obra de arte, já que a energia persegue formas que a liberem. Porém é importante que o artista busque mutações da forma, pois se deve buscar uma mobilidade das formações artísticas em face da sua raiz ideológica e afetiva. A dialética da força interior e expressão permite a criação artística que não é apenas um reflexo ideológico social. Reflete o phatos do artista e a relação deste com o mundo na sua tentativa de expressão.
· Construir, Conhecer e Exprimir
No caminhar histórico das produções artísticas, chegou-se hoje a um consenso de que se deve buscar o máximo de verdade interior e o máximo de pesquisa formal. Tal tensão garante às produções artísticas conteúdo, atividade e sensibilidade. O novo e o velho caminham numa dialética constante no fazer artístico.
A arte é frequentemente vista como uma atividade do ser humano na tentativa de se relacionar com o mundo e consigo mesmo. Luigi Pareyson considera a existência de três vias para a reflexão da estética: o fazer, o conhecer e o exprimir
· A Arte é construção
A arte é um fazer na qual o homem transforma a matéria fornecida pela natureza e pela cultura. Enquanto produção pressupõe trabalho intelectual e manual que visa um ideal estético (na grande maioria dos casos a beleza, a perfeição e a harmonia). Tal ideal foi por vezes vinculado à perseguição de uma técnica. Desde a Antiguidade formou-se uma tradição normativa. Os atuais estudos, porém, rompem com o paradigma normativista e buscam uma análise das obras artística por si mesmas, já que a liberdade artística faz com que se criem regras pertencentes à obra na qual se aprecia.
A técnica é necessária ao artista, mas este deve possuir uma força inventiva. A dialética entre espontaneidade e regra é condição indispensável ao valor artístico. O estilo pessoal de um autor é o resultado de uma técnica apreendida em sua formação e das ideologias que o formam. Portanto a liberdade criativa pressupõe um saber prévio
· A Arte é conhecimento
A arte possui uma tradição representativa. É o conceito de arte como mímesis. A relação da arte com o conhecimento e a realidade foi, por vezes, relacionada com a atividade representativa. Platão e Aristóteles iniciam essa reflexão teórica e introduzem o conceito de mímesis. Porém as atuais soluções conceituais negam à arte o caráter puramente representativo, logo a atividade mimética da arte não pode ser identificada como una; cada contexto histórico possui um mecanismo diferenciado de trazer a realidade/conhecimento para a obra artística. A tendência do homem a abstração e estilização é tão forte quanto suas necessidades de ideias e técnicas de realismo figurativo.
A obra de arte é composta através da “imaginação construtiva”( termo de Coleridge), ou seja, o artista, em sua produção atua no plano do conhecimento do mundo (a mímesis) e no plano da construção original de um novo mundo. Porém além de ver e pensar o artista deve sentir. A arte perpassa pela percepção de estruturas, mas não dispensa a reflexão e o calor das sensações. “O mundo se encontra dentro e fora do artista” (pág. 41). Aqui a relação entre sujeito e objeto é íntima o que a percepção científica não quer, pois esta busca o maior distanciamento possível entre o sujeito e o objeto na qual ele retém sua atenção.
O artista de uma época é influenciado nos seus modos de compor pelo período cultural em que vive, por isso a arte é conhecimento. Através dela se re-apresenta a realidade de uma maneira pensada, refletida e inovadora.
· A arte é expressão
A expressão de uma obra artística ocorre da relação de um signo (conjunto destes presente na obra) e uma fonte de energia na qual ele veicula. Tal relação pode ser uma efusão emocional, uma relação simbólica ou alegórica. Na efusão o sentimento interno está próximo ao que foi externado (um exemplo é o choro de uma pessoa por alguém que morreu). No simbolismo e na alegoria haverá um distanciamento desses sentidos em diferentes graus e a necessidade de interpretar surge justamente desse distanciamento entre o fenômeno simbólico e/ou alegórico e as suas raízes emotivas (um exemplo seria um ritual fúnebre de uma religião qualquer). A expressão artística e seu significado formam-se em um processo de mútuas atrações e os graus de transparência dessas relações são diversos. “Raro é um fenômeno evidente por si mesmo” (pág. 54)
A expressão é justamente a materialização do pathos do artista. É o movimento entre as forças e as formas na obra de arte, já que a energia persegue formas que a liberem. Porém é importante que o artista busque mutações da forma, pois se deve buscar uma mobilidade das formações artísticas em face da sua raiz ideológica e afetiva. A dialética da força interior e expressão permite a criação artística que não é apenas um reflexo ideológico social. Reflete o phatos do artista e a relação deste com o mundo na sua tentativa de expressão.
· Construir, Conhecer e Exprimir
No caminhar histórico das produções artísticas, chegou-se hoje a um consenso de que se deve buscar o máximo de verdade interior e o máximo de pesquisa formal. Tal tensão garante às produções artísticas conteúdo, atividade e sensibilidade. O novo e o velho caminham numa dialética constante no fazer artístico.
Minha querida, você me salvou. Esse texto tem me dado dor de cabeça, mas você me ajudou abrir os olhos e terminar meu trabalho de Estética!
ResponderExcluirObrigada.
Lucyana
por acaso vc teria esse texto em pdf?
ResponderExcluirNão, só o livro mesmo
ResponderExcluiresse livro é um tedio,mas eu gostei
ResponderExcluirEliete concordo com você este livro é realmente um tédio mas o trabalho da Thaís foi ótimo,obrigado Thaís...8/janeiro /20010
ResponderExcluirOi, Thaís,gostei de seu blog, dos textos e das telas. Vc conhece o Porta curtas Petrobrás? É um site bacana, com muitos curta-metragens interessantes e q podem ser postados nos blogs, sites de quem se cadastra no Porta curtas ( o cadastro é fácil, fácil e vc poderia incrementar ainda mais seu blog); eu possuo um blog (Pan y vino) no qual posto alguns curtas q achei interessantes e meus poemas. Aparece por lá e comenta alguma das minhas aberrações literárias (rsrsrs)
ResponderExcluirAqui de Portugal mais precisamente no Sul no Algarve ''saudações amistosas'' ! :)
ResponderExcluirTambém gostei muito desta exposição/resumo do que deverá conter a produção artistica de hoje.Sou pintora e por isso muito interessada nestas questões!
Você definitivamente salvou a minha vida. Amanhã tenho prova de Arte e Cultura brasileira. Brigada!
ResponderExcluirVocê ainda tem o livro em pdf? Gostei muito do seu resumo, mas queria ter acesso à obra completa. Grata
ResponderExcluirprezada Thais, estou precisando muito desse livro, e com urgência. se vc tiver, peço que me envie por e-mail: antaresf84@yahoo.com.br
ResponderExcluirfique à vontade para pesquisar em blogger também
philosofiaeciencia.blogspot.com
FÁBIO
Você conseguiu sintetizar muito bem a ideias principais do texto. Excelente trabalho!
ResponderExcluirMuito Bom. Até hoje seu texto é de grande ajuda.
ResponderExcluirParabéns
Muito Bom. Até hoje seu texto é de grande ajuda.
ResponderExcluirParabéns
2021...
ResponderExcluirAcabo de receber a notícia do falecimento do Alfredo Bosi.
Essa pandemia levou muita gente, há de se reconstruir o mundo depois dessa tragédia...