sexta-feira, 1 de junho de 2012

VISÃO DA MORTE

VISÃO DA MORTE
      

     Olhos voltados para mim e abertos
     Os braços brancos, os nervosos braços,
     Vens d'espaços estranhos, dos espaços
     Infinitos, intérminos, desertos...
      

     Do teu perfil os tímidos, incertos
     Traços indefinidos, vagos traços
     Deixam, da luz nos ouros e nos aços,
     Outra luz de que os céus ficam cobertos.
      

     Deixam nos céus uma outra luz mortuária,
     Uma outra luz de lívidos martírios,
     De agonies, de mágoa funerária...
      

     E causas febre e horror, frio, delírios,
     Ó Noiva do Sepulcro, solitária,
     Branca e sinistra no clarão dos círios!

Cruz e Sousa

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para saber mais...

Pesquisa personalizada